sábado, 15 de agosto de 2009

Segunda República



A Segunda República foi o período do governo provisório (1930-1934 ) e do governo constitucional (1934-1937 ) de Getúlio Vargas.Nesse período Getúlio Vargas concentrou todo o poder em suas mãos. Os governadores eram indicados pelo próprio Vargas, e eram chamados de interventores.

O Governo Provisório ( 1930-1934 ): Após receber o poder, Vargas tomou medidas para assumir o controle do país. Nomeou ministros de sua confiança e, entre as suas primeiras providências, ordenou:
- fechamento do Congresso Nacional, Assembléias Legislativas Estaduais e das Câmaras Municipais;
- extinção dos partidos;
- suspenção da Constituição de 1891;
- indicação de interventores para chefiar os Estados.

Os revolucionários que apoiaram Vargas, não eram uma corrente única e homogênea. O grupo era formado por diversas frentes, entre elas:
- Tenentismo: desejava a centralização do poder, nacionalização das riquezas e era contra o Coronelismo;
- Oligarquias de Minas e Rio Grande do Sul: queriam uma nova Constituição. A oligarquia paulista deseja retomar o poder através de novas eleições, já que confiavam em seus métodos sobre o sistema eleitoral.
Vargas exercia papel de mediador, tentando harmonizar esses grupos políticos. Para chefiar os governos estaduais, Vargas nomeou o líder Tenentista Juarez Távora para indicar os interventores do Norte e Nordeste. Por isso, foi apelidado de "Vice-Rei do Norte".

A Revolução de 1932: Os paulistas estavam insatisfeios com o governo. Queriam reconquistar a governo federal e queriam um interventor paulista.
Para enfrentar Vargas, o PRP e o PD formaram uma frente única, para precionar Getúlio, pois estavam descontentes com o interventor João Alberto Lins e Barros. Cedendo às pressões, Getúlio nomeia para governar são Paulo Pedro de Toledo. Essa medida não foi suficiente, pois São Paulo queria uma nova Constituição.
As manifestações tomaram as ruas. Em 1932, as forças do governo reagiram e quatro estudantes foram mortos: Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo. As iniciais dos nomes desses estudantes - MMDC - viraram símbolo da Revolução Constitucionalista de 1932. Os revolucionários tiveram de lutar em três frentes: Minas Gerais, Paraná, e Vale do Paraíba. Apenas Mato Grosso apoiou São Paulo. Apesar do esforço de todos, São Paulo perdeu militarmente, e renderam-se em 28 de setembro de 1932. Apesar da derrota militar, SP saiu vitorioso pois Vargas garantiu eleições para a Assembléia Nacional Constituinte.

Trem da Morte


A Constituição de 1934: Os constitucionalistas conseguiram o que queriam: uma nova constituição. Getúlio se apressou em convocar eleições para a Assembléia Constituinte. Nessas eleições o voto foi obrigatório para maiores de 18 anos, secreto, e organizado pela Justiça Eleitoral, inexistente na República Velha.
- Voto Secreto: a eleição passava a ser secreta. As mulheres adquiriram o direito de votar. Continuavam sem direito: analfabetos, mendigos, militares até o posto de sargento, pessoas sem direito político. Criava-se a Justiça Eleitoral;
- Direitos Trabalhistas: reconhecimento do salário mínimo, jornada não superior à oito horas diárias, proibição do trabalho de menores de 14 anos, férias anuais remuneradas, indenização na demissão sem justa causa, etc.
- Nacionalismo econômico: riquezas naturais do país, como jazidas minerais, quedas d'água capazes de gerar energia e outras, seriam propriedade do Estado.
A Constituição de 1934 previa que, após sua promulgação, o primeiro presidente sertia eleito pela Assembléia Nacional Constituiente, para exercer mandato de quatro anos, que se encerraria em 3 de maio de 1938. Vargas foi vitorioso nessa primeira eleição, iniciando seu mandato constitucional.

O Governo Constitucional ( 1934-1937 ): "O embate das ideologias políticas": Durante o governo constitucional , dois grupos políticos, com ideologias totalmente diversas, ganharam destaque: Ação Integralista Brasileira ( integralismo ) e Aliança Nacional Libertadora ( aliancismo ).

O Integralismo: Com o apoio das oligarquias tradicionais e de alguns setores elitistas da Igreja Católica, o escritor Plínio Salgado , uma espécie de Führer tupiniquim, criou a AIB, versão brasileira do nazismo de Hitler. Em 1932, Plínio redigiu à nação o Manifesto à nação, contendo os princípios básicos do integralismo. O integralismo defendia:
- combate brutal ao comunismo;
- nacionalismo extremado;
- Estado onipotente, com rígida hierarquia e disciplina;
- extinção dos partidos políticos e a entraga do poder a um único chefe;
- fiscalização das atividades artísticas, para moldá-las aos ideais integralistas.
O lema dos integralistas era Deus, Pátria e Família. Muitas vezes esses conceito eram distorcidos:
- Deus: usava-se a religião para despertar no povo humilde um sentimento de resignação e conformismo;
- Pátria: representa a defesa do nacionalismo;
- Família: a família seria subordinada ao Estado.
Os integralista distinguiam-se pelos símbolos que usavam e certas formas de saudação ( Anauê! ), que lembravam os rituais nzi-facistas.

O Aliancismo: Era o principal grupo política à AIB. A ANL era composta por comunistas, socialistas e liberais antifacistas. Seu líder era Luís Carlos Prestes, o "Cavaleiro da Esperança".
Temendo a expanção da ANL, que já contava com mais de mil sedes, Vargas manda fechar a ANL em 11 de junho de 1935. Filinto Muller, chefe de polícia de Vargas, acusava o movimento de ser controlado por "perigosos comunistas" e financiado por estrangeiros.

A Intentona Comunista: A extinção da ANL provocou a reação de alguns setores militares ligados ao PCB. Em novembro de 1935, eclodiu a Intentona Comunista, que foi prontamente destruída pelo governo federal. Essa reação armada comunista, ofereceu ao governo o pretexto de que precisava agir energicamente contra os líderes da esquerda. Luís Carlos Prestes foi preso em 1936.
Tudo isso acabou servindo como um dos pretestos do golpe do Estado Novo.

Pesquisas Recentes: Pesquisando os arquivos secretos de Moscou, o jornalista Willian Waack revelou as estreitas ligações entre os comunistas brasileiros e a Internacional Comunista.As pesquisas revelaram a ação no Rio de Janeiro, da primeira filial dos serviços secretos de Moscou, da qual faria parte Olga Benário, a primeira esposa de Luís Carlos Prestes. Através de informações distorcidas sobre o Brasil a Internacional Comunista autorizou o levante de 1935.

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